No final da década de 1980, Aurelio Montes e Douglas Murray, duas figuras proeminentes na indústria vinícola do Chile, decidiram realizar o seu sonho de produzir vinhos de alta qualidade no Chile. O estado da indústria vinícola do país estava longe do que é hoje. Práticas e atitudes ultrapassadas eram a norma, resultando em vinhos de qualidade inferior. Aurelio e Douglas, como sócios fundadores dos Vinhos Montes, queriam inovar e produzir os vinhos que sabiam ser possíveis de fazer no clima e solos divinos do Chile.

Aurelio sempre foi reconhecido como um enólogo de grande habilidade que combina uma produção de vinho excepcional com um instinto comercial perspicaz. Ele foi um dos primeiros vinicultores no Chile a viajar e vender os seus próprios vinhos internacionalmente. Quando Montes começou, foi em resposta a uma necessidade específica: os vinhos que o Chile estava a produzir não tinham, no geral, qualidade suficiente para a procura global. Os consumidores estavam à procura de vinhos de alta qualidade, uma necessidade que Montes identificou e respondeu.

Aurelio Montes em Chiloe

A inovação na produção de vinho sempre foi a marca registada dos Vinhos Montes. Montes foi o primeiro a plantar vinhas nas encostas de 45 graus de Apalta, uma ideia inovadora que envolveu um grande risco financeiro.
"Conheci a área de Apalta no Vale de Colchagua quando tinha 21 anos", diz Aurelio, "Foi amor à primeira vista. Não havia vinhas na altura, apenas uma encosta cheia de pedregulhos. Mas eu sabia que era uma jóia vitícola escondida. Eu e os meus sócios compramos a terra em 1990, limpamo-la a um custo elevado e plantamos vinhas nessas encostas íngremes. Foi aí que nasceram os nossos vinhos ícones, Montes Alpha M, Purple Angel e Montes Folly. Todos nos diziam que éramos loucos, que seria muito mais fácil plantar no chão plano do vale. No entanto, em poucos anos conseguimos produzir quase 600.000 garrafas de vinho de alta qualidade. Há certos aspectos de plantar em encostas que podem ser geridos melhor, como a quantidade de irrigação e nutrição para as vinhas, o que permite mais controle sobre a qualidade e quantidade das uvas".

Mais tarde veio outro desafio à viticultura convencional. Montes decidiu plantar uma vinha perto da fresca costa chilena. A localização escolhida foi Zapallar, mais conhecida pelo seu resort turístico luxuoso, no extremo ocidental do Vale de Aconcagua e a apenas sete quilómetros do Oceano Pacífico. Uma localização costeira para uma vinha nunca tinha sido seriamente considerada antes, mas as suas exigentes condições climáticas resultaram na gama Outer Limits de vinhos concentrados e caraterísticos.

"Gosto de pensar que estes são vinhos para pessoas corajosas e aventureiras. Para exploradores que querem experimentar novos sabores, aromas, sensações e experiências. Ao beber estes vinhos, queremos que se deixe levar por um sentido de exploração", comenta Aurelio.


As vinhas de Apalta

Preocupados com a sustentabilidade e o ambiente, os Vinhos Montes adotaram o seu sistema de gestão de Agricultura Seca em 2009. Sob esta metodologia, é aplicada apenas a quantidade mínima de irrigação artificial às vinhas, poupando água preciosa e realçando a concentração de baga e o caráter varietal.

A mais recente ideia "louca" dos Vinhos Montes começou em 2017, quando a vinícola decidiu plantar vinhas no arquipélago de Chiloé, a 1.200 quilómetros a sul de Santiago. Um lugar rico em folclore e lenda, a uma latitude de 42,5 graus, é um dos locais mais a sul tentados para uma vinha no Chile.

Estudos aprofundados de temperatura, precipitação e solos, realizados em colaboração com a Universidade do Chile e a Universidade de Talca, estabeleceram que, devido às mudanças climáticas, a pequena ilha de Mechuque poderia ser um local adequado para o cultivo de variedades de clima temperado. Assim, a Montes começou a testar Sauvignon Blanc, Riesling, Chardonnay, Pinot Gris, Gewürztraminer e Pinot Noir na remota ilha. Espera-se que os primeiros vinhos deste local distante e mágico do sul do Chile sejam produzidos em 2022.